Origanum vulgare L.
Família: LAMIACEAE
Nome científico: Origanum vulgare L.
Nome popular: orégano
Fotos: Ricardo Cardoso Antonio
Foto: Andreas Rockstein / Creative Commons BY-SA
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Foto: Matheus Gimenez Guasti
Origanum vulgare, o popular orégano, é uma erva mediterrânea, nativa das regiões montanhosas do sul da Europa até o oeste asiático, há muito cultivada em todo o mundo, sendo conhecida pelo aroma inconfundível e usada há séculos na preparação de alimentos devido ao seu sabor característico, provenientes de seu óleo essencial. Além de seu uso na culinária, possui também aplicação ornamental e medicinal onde, estudos científicos comprovam sua eficácia já conhecida pela medicina tradicional desde Dioscórides, no seu De Materia Medica, escrito no séc. I.*
O orégano se apresenta como uma erva sufruticosa, rizomatosa e perene, que seca no inverno e inicia a rebrota no verão, atingindo, no máximo, 1 m de altura. Seus ramos são eretos, ramificados, cobertos de tricomas, e possuem filotaxia oposta-cruzada. Suas folhas são pecioladas, ovaladas, com borda levemente serrilhada e superfície pilosa, fortemente aromáticas. Suas flores se encontram em espigas, eventualmente ramificadas, dispostas em verticilastros; possuem ainda frondosas brácteas, que podem ser verdes, avermelhadas ou arroxeadas, muito aromáticas; seu cálice é verde e tubular e sua corola é bilabiada, de cor branca a rosa pálido. Seus frutos são secos, com sementes muito pequenas.
Na medicina tradicional, as partes mais comumente utilizadas do orégano são suas folhas e flores, em infusões, compressas ou submetidas à decocção, atuando como tônico estimulante ou desinfetante, usadas no tratamento de tosse, dor de dente, dor de ouvido, dor de cabeça, febre, doenças de pele, problemas digestivos e respiratórios. Para certos venenos, é recomendado como antídoto e usado no alívio das dores provenientes de picadas de insetos. Estudos científicos mostraram que o orégano apresenta, além da altíssima atividade antioxidante, propriedades anti-helmíntica, anti-inflamatória, analgésica, bactericida, antiespasmódica, antisséptica e vasoconstritora.
O orégano possui inúmeras subespécies, variedades e cultivares, comercializados especificamente para os fins a que se destinam, ou seja, alguns são muito aromáticos, usados principalmente na culinária, na composição de aromatizantes de alimentos e de perfumes, não destinados à ornamentação, e vice-versa. Embora a composição dos seus óleos essenciais esteja intimamente relacionada à proveniência, alguns dos principais constituintes (timol, carvacrol, limoneno, α e b-pineno, b-cariofileno e linalol) são comuns, variando apenas quantitativamente. Sua principal utilização é na culinária, tendo suas folhas e brácteas florais aplicadas geralmente secas, essencialmente em carnes e molhos de tomate, mas também em ensopados, peixes, assados, petiscos, saladas, patês e queijos. Sua aplicação deve ser feita sempre no final da preparação, após o cozimento, sendo considerado o ingrediente fundamental no preparo de pizzas, responsável pelo seu aroma característico.
A etimologia do gênero Origanum indica sua proveniência do grego: ὀρίγανον, formado a partir das palavras ὄρος (óros) que significa monte ou montanha, e γάνος (gános) que significa alegria ou brilho, sugerindo, em tradução literal, alegria da montanha, em referência à sua bela aparência e local de origem. Seu epíteto específico, vulgare, provém do latim e significa "comum".
A presença do orégano é tão grande na cultura mediterrânea que, na Espanha, há um ditado popular que diz "No todo el monte es orégano", que significa "Nem toda montanha é orégano". Esse provérbio indica que nem sempre as coisas são como parecem, sendo equivalente ao popular, aqui no Brasil, "nem tudo que reluz é ouro". O interessante é que o ditado popular é uma alusão direta ao local de origem do orégano, a sua beleza e, principalmente, à etimologia do seu nome: Origanum.
* Origanum vulgare no De Materia Medica, de Dioscórides, séc.I.
* Origanum vulgare no De Materia Medica, de Dioscórides. publicado por Mattioli no séc. XVI.
Autoria: Sandra Zorat Cordeiro (2020)
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